Na manhã ensolarada do dia 17 de outubro, com o mar calmo e vento de 15 nós, os trabalhos de coleta do projeto Mephysto na Operação Antártica 41 foram inaugurados nas proximidades de Punta Medamos (na Argentina). O termômetro marcava 15º C na água e no ar.
As atividades descritas a seguir se repetiriam por 24 estações oceanográficas no total, durante mais de um mês, da Confluência Brasil-Malvinas à Antártica – mesmo em dias de vento forte e chuva fina, com temperaturas negativas, o navio balançando e a espuma das ondas batendo nas escotilhas.
A coleta
Sempre que um novo vórtice era alcançado, em diferentes pontos do navio (convoo, garagem do rov, popa e lateral de bombordo e de estibordo da popa), seriam lançados ao mar, pela equipe do Mephysto, todos ou alguns desses equipamentos: Rossete com CTD, bomba McLane, redes de arrasto (de zooplâncton, fitoplâncton e de microplásticos) e uCTD – essa rotina se estenderia por até 30 horas. Às vezes, parecia uma coreografia.
Esse aparato permite mensurar as correntes oceânicas e perfilar a coluna d’água ao medir dados de pressão, temperatura, condutividade, oxigênio e fluorescência, além de coletar água em diversas profundidades. As amostras coletadas serão usadas pelo Mephysto para realizar análises bioquímicas (de plânctons, bactérias e metais, por exemplo) e, ainda, avaliar a quantidade de microplásticos na água.
🔗 Os detalhes e resultados dessa expedição são divulgados no site proantarnordeste.net e no Instagram Mephysto_proantar. Acompanhe!
(Texto e fotos: Iara Crepaldi/Ecoarte-UFBA)