Chegar na Antártica foi uma felicidade incrível, fomos todos pro convés apreciar a vista, gritar de alegria. Depois de 26 dias embarcados, chegamos no nosso destino. E tinha internet, ou seja, conexão com amigos e familiares, todos estavam felizes se comunicando com os que ficaram. A antena da base pega mal dentro do navio e depende da posição, então, todos ficavam no convés falando ao mesmo tempo. Parecia festa no frio.
No dia seguinte, fiquei pronta esperando que me liberassem descer na base. A prioridade era para quem tinha voo de volta naquela semana. Quando era quase meio dia, o Imediato disse para eu colocar o traje Mustang e me apresentar em 3 minutos que tinha uma vaga para mim. Corri com alegria. Parti no bote com a equipe de comunicação do documentário Bravo Zulu.
O dia estava bem frio e nevava muito. Para descer do bote (em terra) foi bem complicado, eram tantas pedras enormes de gelo na orla que não conseguíamos chegar. Os mergulhadores pularam na água congelada e foram tirando com as mão as pedras gigantescas.
Fomos recebidos pelo médico da estação que também é o relações públicas. Nos mostrou as instalações de apoio ao trabalho de construção da nova base e nos levou para uma curta caminhada nos arredores. A neve era fofa e afundava o pé até o joelho. Lembrei dos relatos dos livros sobre expedições na Antártica, da dificuldade de caminhar na neve e puxar trenós pesados. Deveria ter sido muito desgastante.
Almoçamos com eles e depois do almoço fomos conhecer a nova base que está quase pronta. Linda! Visitamos diversos laboratórios, camarotes, casa de máquinas, tudo muito bem pensado e bem tecnológico. Fiquei impressionada.
A volta pro navio foi rápida mas fiquei com gostinho de quero mais, quero ficar mais tempo por lá explorando a região.
[Texto/Fotos: Karla Brunet]